segunda-feira, abril 23, 2007

Feijão com Macarrão e Pamonha!


Paulinho da Força
Deputado Federal (PDT/SP)

(O texto que segue é FICTÍCIO, qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência.)

Disse o pastor:

_ Minha gente (sindicato), pode ser que o Congresso derrube o veto do presidente Lula à emenda 3 da Super- Receita, que diz que os auditores fiscais não podem tomar atitudes (multas) quando entenderem que uma relação entre um prestador de serviços - pessoa jurídica - e a empresa é, na verdade, uma relação trabalhista. Deixando isso, portanto, a encargo da Justiça do Trabalho.
_ Assim não dá!
_ Vamos parar todas as linhas de ônubus e metrô da cidade de São Paulo e ferrar com a vida de milhares de trabalhadores que acordam de madrugada para poderem chegar no serviço a tempo! É, claramente, o único meio para resolvermos esse assunto.
_ Vamos parar tudo!


E então...



Parou!

E aí...


Juntou um pouquinho de gente nas estações!

Mas tudo bem pois, afinal, todos eles estavam preocupadíssimos com a possibilidade do Congresso derrubar o veto à emenda 3, e não poderiam seguir seu rumo sem uma parada (forçada) para uma profunda reflexão sobre a possibilidade do Congresso derrubar o veto à emenda 3!


E o pastor conclui:

_ Muito bem ovelhinhas, fizeram o seu papel direitinho! Vão até aperecer no Jornal Nacional!


E viva o Brasil que sabe misturar de tudo, samba com jazz, pinga com limão, emenda 3 com transporte público e, é claro, feijão com macarrão e pamonha!


ri

terça-feira, abril 17, 2007

Inexplicável



Atirador mata 32 em campus e suicida-se.

Até quando?!

ri

segunda-feira, abril 16, 2007

O cheiro do ralo



Ele entra.

Me tomo fitando o céu.


Mesmo sem fome e com nojo, me sento no mesmo lugar.

Ah! O livro é o mesmo de ontem.

Paul Auster é difícil.


Ele diz, vai chover.

O gramofone pesava.

Ele o apoiou em minha escrivaninha.


Se a comida fosse boa, o paraíso seria aqui.

Sem perceber, falei.

Ela riu.

Devolvi.


Funciona?

Não, mas é um belíssimo enfeite.

Alego não haver interesse.


Trouxe o lanche. Ansiava pelo refrigerante.

Ela foi.

Ela se curvou.


Ele pergunta se eu sei de onde ele veio.

Nem respondo.

E de ônibus.


Sua bunda,

Sua bunda imensa e disforme sorriu para mim.

Suei frio.


E assim vai voltar, digo eu.

Esse gramofone tem história.

O cheiro é do ralo.


Porque o Senhor disse aquilo?

Eu gosto daqui, ta sempre vazio, consigo sempre o mesmo lugar no balcão.


A vida é dura.

Dura é o caralho, pragueja ele.


Eu pagaria só pra olhar essa bunda.




Trechos do livro "O Cheiro do Ralo" de Lourenço Mutarelli.
O livro custa menos de 20 Reais e o filme ainda está em cartaz em alguns cinemas. Vale a pena!


ri