segunda-feira, outubro 30, 2006

Para quem já foi mãe muitas vezes

Aquele perfume, inconfundível, só de quem já foi mãe muitas vezes! como conforta sentir o seu cheiro, que segurança, que carinho, é melhor que estar em casa, é estar em casa duas vezes, sou de casa mas sou visita, que mimos deliciosos, que olhar mais terno, que vontade de correr e me esconder, só pra ouvir doce sua voz me chamar, e vai ter lanche, biscoito, bolo e sobremesa, leite, café, suco e refrigerante, que vontade de correr e me esconder atrás de suas pernas, o lugar mais protegido do mundo, do universo, que vontade de ouvir suas histórias, como transforma a minha natural impaciência, só quem já foi mãe muitas vezes! como passam as horas, que besteira crescer, que besteira mudar, mas ela, nem um segundo, nem um gesto, a mesma, e só agora percebi, que vontade de correr, me agarrar e pedir desculpas, por envelhecer e não mais correr pro abrigo atrás de suas pernas, que tolice dispensar seus cuidados, que tolice não te cuidar, mas num sorriso conhecido estou em casa novamente, e vai ter lanche, rosca, bolinho de chuva, chá, suco e refrigerante, só para quem já foi mãe muitas vezes!

ri

2 comentários:

Leandro Megna disse...

Eu já te falei várias vezes sobre os seus talentos literários, né?
Ricardo, você escreve muito bem. Lembro-me até hoje dos poemas que você fez, um para cada pessoa aqui do CEP, quando da semana da correspondência do colégio...

Meus parabéns..

Seus textos têm uma qualidade literária e, mais do que isso, uma beleza nas imagens construídas que impressiona qualquer pessoa que os lê.

Mas deixemos os termos técnicos e sejamos sinceros quanto ao seu texto. Ele é mais um exemplo desta sua paixão pelo que é belo e comprova sua vocação à literatura. Não se esqueça de exercitar esses seus talentos. Produza mais, torne isso um hábito.

le

Anônimo disse...

que cheirinho de café com bolo!